quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Motivação vale mais que inspiração


Por Álvaro Oppermann

O verso livre está para o rap e o hip hop como o improviso está para o jazz. Fascinado pelo universo criativo da música negra americana, o neurocientista e pesquisador chinês Siyuan Liu, residente nos Estados Unidos, convocou músicos dos dois estilos para sessões na sala de ressonância magnética do Instituto Nacional de Saúde, onde trabalha. Queria verificar se há diferença na atividade cerebral entre uma apresentação improvisada e uma ensaiada. Ao coletar os dados das imagens cerebrais dos artistas durante as sessões, Liu concluiu que sim, escreveu no artigo Neural Correlates of Lyrical Improvisation ("Correlatos neurais na improvisação lírica"), na revista Scientific Reports.

Quando o artista exercita o verso livre, ocorre uma marcada ativação do córtex medial pré-frontal. E também um decréscimo de atividade do córtex lateral. Traduzindo: a área medial está relacionada à motivação e à rápida organização de dados. Já a região lateral - chamada por Liu de "filtro interno" do cérebro - é a responsável pela atenção aos detalhes e pela avaliação crítica. Quando refreamos a língua para não dizer algo inconveniente na reunião ou no coquetel da empresa, é a ela que devemos agradecer.
"Esta área lateral do córtex é o nosso ‘centro de controle executivo’", diz. Nas sessões de improviso, o "filtro interno" dos artistas é temporariamente desligado. Na improvisação, a atividade cerebral toma um atalho, driblando o córtex lateral. O cérebro faz um "desvio", concentrando suas forças na parte medial. "Este processo do cérebro é o equivalente moderno da invocação às musas dos poetas da Antiguidade." Liu ressalta que a "motivação" é mais decisiva na criação improvisada do que a "inspiração". Mais importante do que estar inspirado é estar motivado. Ah, e claro, criação combina com desinibição. "Quanto mais você racionaliza, menos cria."
Fonte: Época Negócios

IPTC: Consumidor já paga até R$ 3 por litro de gasolina



Por Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
Postos de combustíveis não perderam tempo e já repassaram para as bombas o reajuste que foi autorizado para as refinarias na terça-feira
SÃO PAULO - O reajuste dos combustíveis já foi repassado para o consumidor. O acréscimo nas bombas foi entre R$ 0,10 e R$ 0,12 por litro. Nas cidades do Rio e de São Paulo, o preço por litro chegou a superar os R$ 3. Num posto da Rua Pedroso de Moraes, zona oeste paulistana, o preço do litro, por exemplo, passou de R$ 2,899 para R$ 3,019, uma alta de 4,1%.
O reajuste fez com que os motoristas corressem para os postos para aproveitar os preços antigos. Por volta do meio-dia, o taxista Antônio Fernando de Lima, de 65 anos, abasteceu o tanque do seu carro antes que um posto da Avenida Sumaré reajustasse os preços. "Preciso aproveitar. Não tenho como aumentar o valor da corrida para o cliente", disse ele, taxista há 28 anos.
Naquele posto, a economia de Lima foi de R$ 0,10 por litro - o preço da gasolina comum passou de R$ 2,699 para R$ 2,799 - uma alta de 3,7% - duas horas mais tarde. O aumento, contudo, diz ele, nem de longe lembram os reajustes promovidos no auge da inflação no País, nas décadas de 80 e 90, quando ele iniciava a carreira. Naquela época, os reajustes eram frequentes e as filas nos postos gigantescas. "O problema, agora, é que só Deus sabe quando vou poder aumentar a tarifa da corrida", disse. "Por enquanto, vou ficar com o prejuízo", afirmou.
Na refinaria. O governo federal autorizou a Petrobrás a reajustar o valor dos combustíveis nas refinarias na terça-feira. A gasolina foi reajustada em 6,6%, e o óleo diesel, 5,4%.
Para não espantar os clientes e por causa da concorrência, alguns donos de postos tentam diluir a alta, repassando um valor menor do que o reajuste já anunciado na terça-feira. "Ainda não sabemos de quanto vai ser o reajuste, mas só vamos repassar aquilo que vier da distribuidora", disse Fernando Sobral, gerente de outro posto na Avenida Sumaré
Em São Paulo, segundo o Índice de Preços Ticket Car, o preço médio do litro da gasolina encerrou o ano passado em R$ 2,689. No País, a média foi de R$ 2,884. "É difícil prever o aumento, tem a ver com a questão de mercado", afirmou Eduardo Lopes, coordenador de produto Ticket Car.
A tendência, diz ele, é que os donos de postos possam, inicialmente, absorver parte do impacto. "Se o vizinho do lado está com o preço baixo porque estava estocado, quem tende a aumentar deve absorver para depois pode fazer reajustes. O mercado é que manda", disse.
Além disso, a política dos reajustes diluídos pode se confirmar porque o preço do etanol tende a subir até maio por causa da entressafra da produção de cana-de-açúcar.
Aumentos nesta quinta. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) informou que o preço médio da gasolina aditivada deve sofrer um reajuste entre 3% a 3,5%. Os aumentos passarão a ser praticados a partir desta quinta-feira.
Há postos que recebiam o diesel ao preço de R$ 2,17 e passaram a pagar pelo mesmo produto R$ 2,25. A gasolina custava R$ 2,50 e, agora, passou para R$ 2,61 e o etanol de R$ 1,52 subiu para R$ 1,60. A S10 subiu de R$ 2,20 para R$ 2,38.
O aumento não será linear vai depender do posto e da bandeira que ele opera. A média do preço da gasolina comum em Cuiabá é de R$ 2,97 e a aditivada é de R$ 2,99. Se for considerado o aumento repassado da distribuidora para o posto, por exemplo, no valor da aditivada, que foi de R$ 0,11 a gasolina aditivada vai chegar ao consumidor final ao preço de R$ R$ 3,10. COLABOROU FÁTIMA LESSA, ESPECIAL PARA O ESTADO

Fonte: Jornal O ESTADO DE S.PAULO, replicado nas revistas VEJA, EXAME, e ISTO É, entre outras.

Obs. Apesar de não ser o foco do site, sempre publicarei aqui as entrevistas e matérias do Ticket Car.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

The secret of motivating people: treat them like 7-year-olds









There are a lot of words in business: job descriptions, memos, briefings, meetings, quick updates (that last 45 minutes), more meetings. This flood of words create the impression that adults have endless attention spans, and that you can keep talking and people will keep listening.
This impression is wrong.
Some of you know that I spend my winter weekends at Stratton Mountain, coaching incredibly talented seven-year-old skiers. Last weekend, they inspired my Theory of Seven. (True confession: I named and capitalized it to illustrate a point. Young kids love it when you come up with goofy names.)
My Theory of Seven says that adults are not much different than seven-year-olds, except that we pretend to be different. Our attention spans are ridiculously short. We love distractions. Given a choice, we'd eat cookies all the time. If you leave us in line too long, we start pushing and shoving.
So how can the Theory of Seven help you motivate others? Like this...
Be clear about what's next: The second - and I mean the very second - we finish a ski run, my kids want to know what we are doing next. They have no interest in the run after that; its too much information. Assume the same is true for your colleagues. Be simple, and focus on what's next.
Don't be intellectual: One kid is a great skier, aggressive and talented. But he has a quirk: every time he does a hard "skating" stop, he stares at his toes, which shifts his weight in the wrong direction. I tried explaining this, but it just didn't sink in. Finally I said, "You must havebeautiful toes. You must love your toes so much, you can't help but look at them."
He thought this was hysterical, and so did the other kids. But then he stopped staring at his toes.
A small percentage of adults are intellectual; most are not. Most need simple, memorable guidance. Most don't pay attention to complex explanations.
Don't assume that others are idiots: Seven-year-olds may be goofy little human beings with short attention spans, but they are much more perceptive than you might assume. They constantly surprise me with their observations.
If you're not getting through to others, the reason may not be because they "are idiots." The problem may be that you haven't figured out a simple and interesting way to communicate your messages.
Keep things moving: Even the best-coached, most responsive group of kids start acting like babbling idiots if you keep them waiting too long in a ski lift line, or at the cafeteria. Adults are no different; when they get bored, they start to gossip, complain, and even act irrationally.
If you aspire to lead or motivate others, keep things fresh.
Fonte: Linkedin

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Por que você não é um líder?

Carreira: promoção (Foto: Shutterstock)
ESPECIALISTA ENUMERA DEZ RAZÕES POR QUE PESSOAS QUE SE SENTEM INJUSTIÇADAS POR NÃO ESTAREM EM UMA POSIÇÃO DE CHEFIA AINDA NÃO CHEGARAM LÁ - OU POR QUE DEVEM MUDAR DE EMPREGO


A revista Forbes fez a pergunta acima aos internautas em seu site. No texto, o colunista Mike Myatt afirma que, apesar de todo mundo achar que é um líder nato, a maioria está longe disso.


“Simplesmente desejar ser um líder não significa que uma pessoa tenha o caráter, habilidade e coragem necessárias para ser um líder”, diz o autor. E quem nunca ouviu um colega de trabalho achar que faria tal coisa melhor que o chefe ou caiu na tentação de dizer “ah, se eu fosse o chefe...”? 

Aos que se sentem injustiçados, Myatt manda um conselho: se você acha que é um líder, mas não é reconhecido como tal, tem um problema. "Ou está errando feio em sua autoavaliação, ou seu talento não é reconhecido por aqueles a quem você responde." A boa notícia, segundo o colunista, é que os dois cenários têm solução se estiver disposto a fazer algum trabalho.


De acordo com a lista de Myatt, você não é um líder se...

1. Não atinge resultados: os verdadeiros líderes executam - eles fazem o trabalho e sempre superam as expectativas. Sem resultados = sem liderança. É simples assim.

2. Atinge resultados de forma errada: se a única maneira que tem de resolver o problema descrito no ponto acima é por meio de desonestidade ou desmerecendo outras pessoas, você não é um líder. Os fins não justificam os meios. Se você abusar de sua influência, não tratar as pessoas bem ou confundir liderança com manipulação, pode ganhar algumas batalhas, mas vai perder a guerra.


3. Simplesmente não se importa: a indiferença não é uma característica adequada para a liderança. Você não pode ser um líder se não se importa com aqueles que lidera. O verdadeiro teste de qualquer líder é se seus liderados estão melhores ou não por estarem sob a sua batuta.

4. Está perseguindo uma posição e não um propósito maior: se valoriza seus próprios interesses acima do trabalho, você simplesmente não entende o conceito de liderança. Liderança é cuidar de algo que vai além de si mesmo, levando outros a um lugar melhor - mesmo se isso significa que você não fique em evidência. Poder muitas vezes vem com a liderança, mas não é o que impulsiona os verdadeiros líderes.

5. Preocupa-se mais em fazer promessas do que mantê-las: liderança não é sobre retórica, é sobre ações. Ela pode começar com uma visão, mas entregar de fato é que irá determinar seu sucesso como um líder.

6. Rotula as pessoas: pare de dizer às pessoas porque elas não podem fazer algo e lhes ensine como fazer. Líderes não colocam as pessoas em caixas. É sua obrigação libertá-los de rótulos. A verdadeira liderança é sobre ajudar as pessoas a chegar a lugares que não sabiam que poderiam ir.

7. Segue as regras em vez de quebrá-las: o status quo é o grande inimigo da liderança. Liderança significa compreender a necessidade de mudança, e em seguida, desenvolver a capacidade de entregá-la.

8. Tritura talentos em vez de retê-los: a verdadeira liderança serve como um ímã de talentos - não como um repelente. Se não pode adquirir talento, não pode desenvolvê-lo, ou não consegue retê-lo, você não é um líder.

9. Toma crédito em vez de dar crédito: a liderança não é encontrada na busca por holofotes, mas tentando colocar o holofote sobre os outros. Os melhores líderes só usam "eu" ao aceitar a responsabilidade por falhas. Da mesma forma, são rápidos ao usar "nós", quando se refere a sucessos.

10. Preocupa-se com o processo mais do que com pessoas: sem pessoas não há o que liderar. Quando você coloca as coisas acima das pessoas que lidera, falhou como líder.

Fonte: Época Negócios

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

The Formula For Creating Happiness At Work





In her book The Happiness Myth, Jennifer Michael Hecht identifies three basic kinds of happiness: good day, good life, and peak, and I’ve found that thinking about work within her construct has helped me tease apart some of the “happiness formula” variables that influence well-being.

Good-day happiness at work might mean: I got to the office early, I was able to take care of backlogged paperwork that had been nagging me, I had a productive meeting, and I was able to leave in time to make it to my daughter’s school concert. Good-day happiness is about an awareness of the fortunate conditions of one’s life--where stopping to smell the roses can have measurable positive impact.
Good-life happiness as it relates to work would be more along the lines of being engaged in tasks that you find meaningful and challenging, and in which you are aware that you’re helping provide a decent material quality of life for your family. This kind of happiness is more connected to hard work--the sense that one is doing the best one can in any endeavor and, ideally, endeavors in which the work itself is its own reward. Good-life happiness does not relate to things like our gender or our age, over which we have no influence, but rather to conditions over which we do have some control, such as where we work or the kind of work we choose to do. But good-life happiness does not mean that we are “happy all the time,” to quote the (only somewhat ironic) title of Laurie Colwin’s great novel. Far from it. The positive psychology field puts this in perspective, acknowledging through empirical and replicable research that in spite of the advantages of thinking positively, there are times when “negative” thinking is appropriate, and that difficulty, pain, and sadness are inevitable. We need obstacles and challenges in our lives for achievements to have meaning, the cold and cloudy days that make us revel in the warm and sunny ones, the necessary and numbing scut work that lets us really enjoy the resulting moments of success. Outrage on behalf of the disadvantaged can lead people to make their corners of the world better places. Ferocity--a little anger, even--can fuel healthy competition.
And, finally, the third kind of happiness--peak happiness--is the more transcendent sort, by definition rare in everyday life, including (and maybe especially) on the job. I’ve also found that this sort of happiness becomes more elusive the older we get--the more cares and responsibilities we have, the less willing we may be to engage in the kinds of experiences where peak moments tend to happen. It takes effort to wake up in the middle of the night with our kids to watch the Pleiades’ meteor showers if our prospective sense of how exhausted we’ll be at work the next day outweighs our anticipation of awe. But, Hecht intimates, it is the peak experiences in our lives that endure, that offer us hope and glimmers of meaning, and that connect us to our families, communities, and a sense of the eternal. And this kind of happiness is closely connected to the “V” in the happiness formula--these are the things we choose to do.
While in our personal and private lives peak happiness may be, for instance, the kind of euphoria we experience at a great rock concert or after exceptional sex, at work it is more often connected with the creation of something original: designing a new kind of ergonomic desk chair, discovering a new way to isolate and destroy viruses, delivering a giant project early and under budget, or creating the next Simpsons. In short, moments of peak happiness at work often involve some aspect of the creative process.
The Creative Connection
“There have been in my career a handful of times when I had what I call true happiness--where who I was at that time felt in harmony with what my company did and was about,” says Tom Harbeck, who is today senior vice president for strategy and marketing at OTX, a consumer research firm. And Tom connects his professional happiness during those times with a few key factors: working for a company where there was “a team of people who ‘got it,’” where everyone felt plugged into some larger vision and shared the goal of making the mission come to life. Tom is talking about the collective experience of flow, the happiness derived from face-to-face, day-to-day social connection with other seriously engaged people on the same wavelength.

One of Tom’s times of peak joy was when he worked at the Chiat-Day advertising agency in the 1980s. “The culture was so intensely alive,” he says, “that you couldn’t separate the [agency’s] slogans from the employees who wore them on their T-shirts. ‘Good enough is not enough,’ ‘I’d rather be the pirates than the navy,’ ‘How big can we get before we get bad?’ It was a culture that thrived on scrutiny, debate, evaluation, and criticism--all aimed at the work, not at each other.”




Tom was fortunate to find work that tapped into his inner passions. “I was a poetry major,” he says, “who had no training in advertising or marketing, in the midst of an organization creating an advertising revolution.” Chiat-Day’s 1984 Apple ad redefined buzz and event advertising after only one run. Nike’s “real athletes” billboards took a 180-degree turn from celebrity sports spokespeople. And the firm’s NYNEX Yellow Pages ad, “If it’s out there, it’s in here,” charmed the entire country. Despite Tom’s inexperience, his bosses listened to what he had to say and considered it (not him) against the goal of improving the agency’s work, making it closer to great. It turned out that his English-major poetry training--finding and feeling the meaning given an economy of words used freshly--was highly relevant to creating ads. Advertising was intended to make you think and feel something, not unlike poetry. “So despite no prior experience,” Tom says, “who I was and what I knew and what I was good at, at that precise moment in my life, was valued. I was happy. When it happens, it is tremendous--you cannot believe they actually pay you to show up at your desk; you are giddy.”
Fonte: Fast Company

domingo, 27 de janeiro de 2013

Novidades literárias disponíveis nas melhores casas do ramo

Confira mais novidades literárias disponíveis nas melhores casas do ramo:

=> Minhas invenções | Nikolas Tesla













Um dos principais inventores dos séculos 19 e 20, Nikola Tesla (1856-1943) criou o motor de indução de corrente alternada, sistema que possibilita a transmissão e distribuição universais de eletricidade. Tesla, nascido na atual Croácia, aplicou essa tecnologia nas Cataratas do Niágara. Mudou-se para os EUA em 1884 e trabalhou com Thomas Edison, de quem logo se tornou rival. No livro, Tesla escreve sobre sua juventude, as primeiras invenções e as descobertas do auge de sua carreira.


=> O Professor do Desejo | Philip Roth

O Professor do Desejo

Após 35 anos de sua primeira edição no país, volta às livrarias, em tradução de Jorio Dauster, o romance "O Professor do Desejo", de 1977. David Kepesh narra episódios de sua vida em família e na universidade, em paralelo a suas descobertas e aventuras eróticas.


=> A orquestra do Reich | Misha Aster


Em profunda crise financeira durante os anos 1930, a Filarmônica de Berlim se rendeu a uma aproximação ao incipiente regime nazista proposta pelo ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. O canadense Misha Aster narra a relação entre a orquestra e o Estado alemão, que passou a cuidar das contas e da programação da instituição, entre 1933 e 1945.


=> O lugar sem limites | José Donoso












Com este breve romance, José Donoso (1924-96) mostra por que Carlos Fuentes (1928-2012) o considerava um dos pais da narrativa moderna do Chile. Expoente, como o colega mexicano, da geração do "boom" na América Latina, Donoso costura de forma brilhante registro em terceira pessoa, diálogos e fluxo de consciência para narrar a história do travesti Manuela, sua filha, a Japonesita, e outras tristes personagens que habitam El Olivo, vilarejo perdido no interior chileno.


Fonte: Ilustríssima / Folha de São Paulo

10 Things Extraordinary People Say Every Day



They're small things, but each has the power to dramatically change someone's day. Including yours.

By 

Want to make a huge difference in someone's life? Here are things you should say every day to your employees, colleagues, family members, friends, and everyone you care about:

"Here's what I'm thinking."

You're in charge, but that doesn't mean you're smarter, savvier, or more insightful than everyone else. Back up your statements and decisions. Give reasons. Justify with logic, not with position or authority.

Though taking the time to explain your decisions opens those decisions up to discussion or criticism, it also opens up your decisions to improvement.

Authority can make you "right," but collaboration makes everyone right--and makes everyone pull together.

"I was wrong."

I once came up with what I thought was an awesome plan to improve overall productivity by moving a crew to a different shift on an open production line. The inconvenience to the crew was considerable, but the payoff seemed worth it. On paper, it was perfect.

In practice, it wasn't.

So, a few weeks later, I met with the crew and said, "I know you didn't think this would work, and you were right. I was wrong. Let's move you back to your original shift."

I felt terrible. I felt stupid. I was sure I'd lost any respect they had for me.

It turns out I was wrong about that, too. Later one employee said, "I didn't really know you, but the fact you were willing to admit you were wrong told me everything I needed to know."

When you're wrong, say you're wrong. You won't lose respect--you'll gain it.

"That was awesome."

No one gets enough praise. No one. Pick someone--pick anyone--who does or did something well and say, "Wow, that was great how you..."

And feel free to go back in time. Saying "Earlier, I was thinking about how you handled that employee issue last month..." can make just as positive an impact today as it would have then. (It could even make a bigger impact, because it shows you still remember what happened last month, and you still think about it.)

Praise is a gift that costs the giver nothing but is priceless to the recipient. Start praising. The people around you will love you for it--and you'll like yourself a little better, too.

"You're welcome."

Think about a time you gave a gift and the recipient seemed uncomfortable or awkward. Their reaction took away a little of the fun for you, right?

The same thing can happen when you are thanked or complimented or praised. Don't spoil the moment or the fun for the other person. The spotlight may make you feel uneasy or insecure, but all you have to do is make eye contact and say, "Thank you." Or make eye contact and say, "You're welcome. I was glad to do it."

Don't let thanks, congratulations, or praise be all about you. Make it about the other person, too.

"Can you help me?"

When you need help, regardless of the type of help you need or the person you need it from, just say, sincerely and humbly, "Can you help me?"

I promise you'll get help. And in the process you'll show vulnerability, respect, and a willingness to listen--which, by the way, are all qualities of a great leader.

And are all qualities of a great friend.

"I'm sorry."

We all make mistakes, so we all have things we need to apologize for: words, actions, omissions, failing to step up, step in, show support...

Say you're sorry.

But never follow an apology with a disclaimer like "But I was really mad, because..." or "But I did think you were..." or any statement that in any way places even the smallest amount of blame back on the other person.

Say you're sorry, say why you're sorry, and take all the blame. No less. No more.

Then you both get to make the freshest of fresh starts.

"Can you show me?"

Advice is temporary; knowledge is forever. Knowing what to do helps, but knowing how or why to do it means everything.

When you ask to be taught or shown, several things happen: You implicitly show you respect the person giving the advice; you show you trust his or her experience, skill, and insight; and you get to better assess the value of the advice.

Don't just ask for input. Ask to be taught or trained or shown.

Then you both win.

"Let me give you a hand."

Many people see asking for help as a sign of weakness. So, many people hesitate to ask for help.
But everyone needs help.

Don't just say, "Is there anything I can help you with?" Most people will give you a version of the reflexive "No, I'm just looking" reply to sales clerks and say, "No, I'm all right."

Be specific. Find something you can help with. Say "I've got a few minutes. Can I help you finish that?" Offer in a way that feels collaborative, not patronizing or gratuitous. Model the behavior you want your employees to display.

Then actually roll up your sleeves and help.

"I love you."

No, not at work, but everywhere you mean it--and every time you feel it.

Nothing.

Sometimes the best thing to say is nothing. If you're upset, frustrated, or angry, stay quiet. You may think venting will make you feel better, but it never does.

That's especially true where your employees are concerned. Results come and go, but feelings are forever. Criticize an employee in a group setting and it will seem like he eventually got over it, but inside, he never will.

Before you speak, spend more time considering how employees will think and feel than you do evaluating whether the decision makes objective sense. You can easily recover from a mistake made because of faulty data or inaccurate projections.

You'll never recover from the damage you inflict on an employee's self-esteem.

Be quiet until you know exactly what to say--and exactly what affect your words will have.

Fonte: Inc.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Novidades literárias sobre negócios e economia


Confira os livros de economia e negócios em destaque na semana de acordo com o Cifras & Letras da Folha de São Paulo:

Divulgação
A Publicidade na Administração Pública
Oscar Kita (com Ana Cristina Gonçalves e André de Oliveira)
EDITORA Renovar
QUANTO R$ 125 (490 págs.)

Remonta os contextos de antes e depois da criação da lei 12.232, de 2010, que estabelece normas sobre licitações e contratações de serviços de publicidade pela administração pública. Traz a análise de 95 editais.


Divulgação
Advocacia Empresarial do Trabalho
Manuela Tavares e Marcos César Amador Alves
EDITORA Alameda
QUANTO R$ 120 (755 págs.)

Voltada a advogados e estudiosos do direito do trabalho, a obra abre o leque das especificidades da área. Com o intuito de atualizar profissionais, conta com uma vasta coleção de artigos de renomados especialistas.


Divulgação
PIS e Cofins na Prática
Luiz Alberto Pereira Filho
EDITORA Ineje
QUANTO R$ 66 (244 págs.)

Reúne oito artigos que detalham dois dos tributos mais complexos do país, que costumam dar dor de cabeça a empresários. Compilado em cinco partes, sugere propostas para simplificar o PIS e o Cofins, com a ideia de contribuir para os trabalhos da Receita e do Judiciário.


Divulgação
Sinopse Tributária 2012-2013
Vários
EDITORA Impressão Régia
QUANTO R$ 62 (352 págs.)

A nova edição da série enumera os fatos sobre tributação mais relevantes do biênio, que poderão impactar na vida das empresas: aspectos previdenciários da expatriação, aplicação de ICMS em importações e questões criminalísticas.


Divulgação
Teoria Geral dos Sistemas
Dante Martinelli, Carla Ventura, Lara Liboni e Talita Marting (org.)
EDITORA Saraiva
QUANTO R$ 69 (215 págs.)

Aborda as possibilidades de aplicação da teoria geral dos sistemas à administração. Sistemas abertos e sociais, além de metodologias como o chamado "Viable System Model", ganham contexto histórico e aplicação prática.


Divulgação
Estatística Aplicada
Abraham Laredo Sicsú, Samy Dana
EDITORA Saraiva
QUANTO R$ 42 (160 págs.)

O objetivo é aproximar a estatística da administração, mostrando como ela pode subsidiar a tomada de decisão nos mais variados ambientes corporativos. Explora conceitos como variáveis, distribuição de frequências e medidas descritivas.

Fonte: Folha de São Paulo

Looping sonoro: Djangos




Todo sábado postarei por aqui um dos tantos sons que fizeram a trilha sonora da (minha) semana.

Para começar, a banda brasileira que mais gosto (e mais escuto) desde a época das lendárias fitas-demo: DJANGOS.

Este é um vídeo postado no Youtube com uma aparição matadora deles num programa do canal Multishow cantando três músicas do último e ótimo cd "Mundodifusão".

Para quem quiser conhecer mais, visite o site deles clicando aqui.

Obs. Aprecie SEM moderação.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A persistente recusa acadêmica em entender o intelectual brasileiro mais popular no mundo



Por FERNANDO ANTONIO PINHEIRO
RESUMO

Diatribes como "não li e não gostei" e "rendição total ao lugar-comum" expressam a dificuldade da crítica literária de compreender o fenômeno Paulo Coelho, escritor brasileiro de maior projeção em todos os tempos. Análise sociológica mostra falta de disposição crítica para ler Coelho nos termos de seu projeto literário.
----------------------

No ano de 2010, a Folha registrou uma mesa na Bienal do Livro de São Paulo sobre a repercussão internacional da literatura brasileira. Os escritores Marçal Aquino e Milton Hatoum e o crítico Gregório Dantas apontaram como explicação para o desinteresse pela produção nacional o fim do boom latino, realismo mágico à frente, e a persistência de uma leitura ainda marcada pelas lentes do exotismo.

Hatoum detectou uma melhora nos últimos anos, com a tradução de clássicos e autores contemporâneos (ele mesmo foi traduzido para 16 línguas): "O que tenho notado é que o interesse pelo Brasil tem aumentado porque hoje temos um maior destaque internacional. Mas o fundamental é a qualidade da obra. Cedo ou tarde, bons livros serão traduzidos".

A julgar pela reportagem, os debatedores precisaram omitir um detalhe para sustentar seu diagnóstico. Trata-se do fato de que o escritor mais lido no mundo, cujas vendas já bateram a casa dos 100 milhões de exemplares em 150 países, traduzidos em 62 línguas, é o brasileiro Paulo Coelho. É provável que não se trate de esquecimento, mas da desconsideração pura e simples do pertencimento de Coelho ao domínio culto da literatura.

Se assim for, não estão sozinhos: o sucesso de público do autor tem sido acompanhado pela desqualificação crítica permanente, expressa o mais das vezes pelo silêncio, sinal de seu pouco valor na escala dos objetos dignos de interesse intelectual. Nessa hierarquia, o fenômeno representado pela produção de Coelho diz respeito ao mercado, e não à literatura; pode interessar à sociologia do consumo, mas não aos estudos literários.

O lugar assim destinado aos livros de Coelho já é em si bastante representativo dos contornos que ganharam aqui as relações entre literatura e mercado; e, mais genericamente, entre alta e baixa cultura. É a partir dessa chave que proponho um exercício analítico para enfrentar o fenômeno Paulo Coelho, evitando avaliá-lo para melhor captar a lógica de sua avaliação; tomando as classificações "nativas" do mundo literário não como critério definitivo de verdade para julgar o fenômeno literário, mas como fenômeno em si, a ser compreendido.

Para que o caso Paulo Coelho revele o modo como cultura erudita e indústria cultural se relacionam no Brasil, é preciso articular dois movimentos. Em primeiro lugar, tentar uma explicação para o sucesso do escritor, centrando a análise no pacto ficcional que seus livros propõem aos leitores, e evitando assim recorrer à determinação direta pela demanda, solução intensamente mobilizada pela crítica e pela imprensa, mas que se limita a supor a eficácia de uma estratégia no plano da circulação como explicação cabal.

Em seguida, tentar entender seu fracasso em encontrar assento no domínio culto da literatura brasileira, expresso sobretudo na reação da crítica. Parto de uma dupla recusa: a da atribuição mecânica do sucesso comercial ao propósito de autoajuda (gênero editorial, não literário) num contexto de ultraindividualismo egoísta; e a do juízo de valor estético como critério absoluto do literário.

LEITURA
O primeiro ponto da análise remete à leitura dos textos. Não posso resumir aqui o enredo dos livros, mas vou me ater a seu núcleo ideológico, tal como aparece nos dois primeiros, "O Diário de um Mago" e "O Alquimista". Retrabalhado em diferentes arranjos estilísticos e formas narrativas, esse núcleo permanece ao longo de toda a obra de Coelho.

Diz uma frase citada na dedicatória de "O Diário de um Mago" (1987): "O Extraordinário reside no Caminho das Pessoas Comuns". Essa frase, escrita em maiúsculas no livro, é um aceno de proximidade com o leitor: a transcendência é acessível ao vulgo, desde que bem conduzido por um iniciado.

No livro, essa ideia articula-se à de "bom combate", a luta em nome dos sonhos abandonados de juventude, que deve ser individualizada através de uma descoberta pessoal. Coelho projeta a relação vivida com seu guia, que no livro é a fonte desses ensinamentos, na relação virtual com seus leitores -que, como ele, são pessoas comuns, a que se encoraja combater o "bom combate".

Mestre e seguidores estão no mesmo plano. Embora o primeiro possa teorizar sobre as formas de iluminação esotérica, todos podem vivê-las na plenitude desde que aprendam, pela mediação de um mestre, a seguir a si mesmos. No livro seguinte, "O Alquimista" (1988), a mesma prédica é acrescida de novos instrumentos retóricos e conceituais.

O livro introduz a noção de "lenda pessoal", descrita como o destino autêntico revelado na juventude e soterrado pelas solicitações práticas da vida. A "lenda pessoal" é uma variante do "bom combate", ambos remetendo à adolescência como idade social do convívio de todas as possibilidades pelo retardamento das escolhas. A valentia que levará às conquistas está numa protensão do tempo, inscrita em frases como "Nunca desista dos seus sonhos" ou "Quando você deseja uma coisa, todo o Universo conspira para realizá-la".

Se esse universo esotérico configura uma espécie de metafísica popular, Coelho introduz o leitor nele dispensando-o da necessidade de conhecimento iniciático, dissolvendo as referências herméticas que manipula na assertiva decisiva de que tudo se resolve no entusiasmo com que se persegue o próprio desejo, lição aberta a todos.

Se os segredos esotéricos estão reservados ao especialista, seu manejo prático está à disposição de quem empreende o caminho, guiado pelo autor, que assume a mediação entre esotérico e exotérico, transcendente e imanente, extraordinário e ordinário. Papel cuja eficácia depende do uso da linguagem: ao evitar qualquer sofisticação, e mesmo obstinando-se na reprodução do clichê, o narrador suprime a distância social entre autor e leitor.

E, o que é ainda mais decisivo, as separações sociais que atuam na possibilidade diferencial de retenção do "tempo dos sonhos" também foram apagadas. Contribui para isso o confinamento da vivência pessoal à experiência da ruptura, cuja alegoria por excelência é a viagem ou a peregrinação. Tudo somado, abre-se para o leitor o mergulho numa leitura de evasão, que dá a seu sujeito a possibilidade de controle, pouco importa se ilusório, do tempo da vida -desta vida, detalhe que, ao menos no plano simbólico, reconverte a evasão em direção a seu ponto de origem, à forma de vida presente que se quer superar.

Nesse plano, o horizonte da transformação é oferta permanente; pode fazer recuar as escolhas, de modo que pareçam reversíveis até que se encontre o caminho, o bom combate, a realização da lenda pessoal. Não por acaso, o mote simbólico da viagem e seu desdobramento factual nos deslocamentos constantes dos personagens no espaço está presente em cada um de seus relatos.

Em suma, penso que o elemento universalizável da literatura de Paulo Coelho está precisamente na possibilidade de manipulação (e mesmo reversão) do tempo no ato da leitura. A difusão da obra em culturas tão diversas explica-se melhor pela mensagem lábil (e o potencial universalizante de seu efeito) do que pela fixidez de sua remissão direta a um contexto, por mais amplo que seja.

DESQUALIFICAÇÃO

Passo então ao segundo ponto, ou seja, a desqualificação ostentada como troféu pelas camadas letradas, tomando como caso paradigmático aquela que é, salvo engano, a única análise em profundidade de um livro de Coelho produzida por um nome de peso da crítica acadêmica: a resenha de livro "Onze Minutos" (2003), publicada no mesmo ano pelo professor de literatura da USP João Alexandre Barbosa (1937-2006), na revista "Cult".

Se a iniciativa rompe o silêncio e leva Coelho "a sério" (para o que muito contribui o texto introdutório equilibrado de seu então editor, Manoel da Costa Pinto), ao mesmo tempo, graças ao teor da crítica, estabiliza o paradigma capaz de sustentar o "interesse pelo desinteresse" em relação a Coelho como traço identitário dos que "levam a sério" a literatura.

O procedimento do crítico expressa uma concepção algo essencialista de literatura, dominante no meio acadêmico, como base das razões que o levam a rejeitar a obra de Coelho. Barbosa menciona o uso criativo e consciente que Baudelaire e Flaubert fazem do lugar-comum, origem de um instrumento de renovação recorrente na literatura moderna que reconfigura o próprio lugar-comum.

O crítico escreve: "Não é o caso, por exemplo, do último livro de Paulo Coelho, que fui capaz de ler por inteiro, não obstante repetidos impulsos de desistência, e que se intitula 'Onze Minutos'. Aqui não se trata de utilização, mas de rendição total ao lugar-comum, em que a tópica é de tal forma devastadora que os exercícios de retórica apenas servem de confirmação para sua acentuação".

O esforço analítico não escapa de uma definição "ad hoc" de literatura, feita sob medida para excluir seu objeto, que se desmancha em chavões e em estereótipos. Note-se que se os grandes autores também se servem do lugar-comum, o fazem de modo "especificamente literário". O argumento aproxima-se da circularidade: é literário o manejo literário do lugar-comum. Há um trecho do texto em que o crítico remete ao ponto:

"Por todo o livro, passa, entretanto, uma mestria singular: uma espécie de radicalização do lugar-comum que, consciente ou não, confere ao livro um valor coerente, embora negativo, não havendo em nenhum momento traço de originalidade."

O aspecto contingente do critério sugere que outro, menos previamente armado, poderia resolver o paradoxo de modo positivo, atribuindo coerência (ou, ao menos, habilidade) à radicalização do lugar-comum, para concluir que forma e matéria estão em perfeito alinhamento: rebaixar o intranscendente ao nível do cotidiano só se realizaria literariamente numa relação de transparência plena entre linguagem e mundo narrado.

Mas o procedimento adotado por Barbosa torna absoluto um critério do literário, inteiramente alheio ao projeto do escritor, para indigitar sua escrita como não literária:
"Embora sábio e astuto no uso daquilo que, lugar-comum, já é esperado pelo leitor, Paulo Coelho nada reconfigura em termos narrativos que pudesse justificar a publicação de um romance."

Ou seja, só merece publicação aquilo que, comparável a Baudelaire e Flaubert, reconfigura seu material. Ainda uma vez, pode-se aceitar a validade do critério, mas então é preciso notar a seletividade de sua aplicação, raramente mobilizada no juízo sobre a literatura brasileira contemporânea.

Vale notar que o artigo de Barbosa intitula-se "Dentro da Academia, Fora da Literatura", bastante eloquente quanto à necessidade de resolver o incômodo por meio de sua anulação. O que leva a ao menos evocar contrapontos possíveis. Talvez importe menos estar dentro da Academia Brasileira de Letras e fora da literatura (Paulo Coelho não seria o único exemplo) do que no topo do mercado, mas ostentando um projeto que se quer literário, base da reivindicação do título nobiliárquico de escritor, tão marcante nas manifestações de Coelho.

A questão que emerge desse conjunto de circunstâncias é a impossibilidade de a crítica bancar o pressuposto de uma comunidade hipotética de leitores que partilham seus valores, dada a dimensão do público de Coelho. A relação entre escritor, leitor e mundo narrado escapa ao critério literário, segundo o qual ela já estaria no texto, como sua substância, prêmio a ser conquistado pelo leitor treinado.

Coelho produz um curto-circuito nesse mecanismo: sua narrativa direta quer esclarecer os enigmas; a adesão que obtém quebra a comunidade imaginada -e imaginária- dos cultores do que haveria de mais elevado na produção artística; sua atitude de "popstar" desafia o recato que se espera do homem de letras, enquanto sua autoidentificação como escritor brasileiro insulta o cânone e a exigência de conformidade ao padrão entronizado no mundo literário.

Diante disso, a desclassificação reforça, ao naturalizar, a doxa (opinião) do campo literário como critério absoluto. Mas outra lógica de classificação poderia abrigar os escritos de Coelho no domínio do literário; quero mencionar o exemplo de outro crítico e professor, José Paulo Paes (1926-98). Sua abordagem sobre literatura de entretenimento (em "A Aventura Literária", 2003) parece aplicar-se ao tipo de produção de Paulo Coelho, embora não se refira expressamente a ela.

Entre as características do gênero romance de aventura, Paes destaca a combinação entre os registros do mito e do naturalismo, o primado do acontecimento na trama e a ausência de profundidade psicológica das personagens (como se a ação forjasse seu caráter), aspectos que, em si, não implicariam rebaixamento do valor da obra pensada segundo seu próprio projeto.

Assim, por exemplo, Paes comenta os romances sentimentais de José Mauro de Vasconcelos:

"A agressividade com que certos críticos se voltaram contra ele, julgando-lhe o desempenho unicamente em termos de estética literária, mostra a miopia de nossa crítica para questões que fujam ao quadro da literatura erudita. [...] Numa cultura de literatos como a nossa, todos sonham ser Gustave Flaubert ou James Joyce, ninguém se contentaria em ser Alexandre Dumas ou Agatha Christie. Trata-se obviamente de um erro de perspectiva: da massa de leitores destes últimos autores é que surge a elite dos leitores daqueles, e nenhuma cultura realmente integrada pode se dispensar de ter, ao lado de uma vigorosa literatura de proposta, uma não menos vigorosa literatura de entretenimento."

Paes revela aqui o magnetismo da definição literária do literário, típica do sistema brasileiro, que nega assento ao artesão competente no âmbito do entretenimento.

Essa posição ecoa a de um autor como Siegfried Krakauer, para quem o "ornamento", metáfora para as fontes de distração, não é mero artifício, mas parte orgânica de uma estrutura, ligando num mesmo sistema simbólico pontas da realidade materializadas nos ambientes nobres e vulgares, nos modos crítico e lúdico de fruição. O sucesso dos best-sellers se deve à sua capacidade de responder a tendências difusas no meio social, que não se explicam por sugestão, mas ancoram-se nas condições sociais reais dos leitores.

Associemos, então, tudo o que foi dito à homenagem prestada por Coelho a José Mauro de Vasconcelos e Malba Tahan em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Em seu momento de maior consagração, Coelho demonstra afinidades com escritores que, como ele diz, não conheceram a glória -não necessariamente a glória de pertencer à ABL, mas a de ser aceito no clube seleto da Literatura Brasileira.

A posse na Academia, ponto de acúmulo máximo de capital simbólico, parece ter sido usada para garantir o mínimo até então negado, o que tanto revela uma apreciação mais realista de sua posição no campo literário como reconhece o peso exercido por seu polo erudito sobre aquele que testou seus limites tentando acumular todos os tipos de proveito.

Creio que a rejeição de que a obra foi objeto tem menos a ver com sua qualidade estética do que com a configuração de um sistema literário que precisa estreitar seus mecanismos de acesso para consolidar-se, recusando tudo o que ameace a definição local de literatura.
Se assim for, explica-se a recepção mais favorável de Coelho nos países em que o campo literário é mais maduro: seus livros são tratados com os mesmos critérios aplicados aos que ocupam posição semelhante à sua, numa estrutura mais densa, multipolar, capaz de incorporar os subsetores de produção ampla criticando-os a partir de sua intencionalidade própria.

Num mundo literário mais sedimentado, poder-se-ia lamentar a difusão internacional incipiente de certo tipo de literatura brasileira sem desconsiderar a efervescência internacional provocada por outro tipo de produção pátria.

Ganharia novo sentido o "não li e não gostei" com que o crítico Davi Arrigucci Jr. respondeu à revista "Veja" sobre Coelho -não uma desqualificação direta do autor, mas desinteresse pelo gênero. Mas talvez seja essa a condição para pensar o best-seller sem fazer pesar sobre o objeto as marcas da relação do leitor que se quer erudito com esse objeto.

Fonte: Folha de São Paulo