- Acho que está na hora do Maurício “Shogun”
Rua se aposentar – disse para a minha esposa logo após ele ter sido finalizado
pelo mala do Chael Sonnen no UFC Fight Night 26.
Passava da meia-noite do dia 18 de
agosto, desliguei a televisão e já me preparava para ir dormir quando ela
começou a se queixar:
- Estou sentindo algumas contrações e
está doendo bastante.
- Doendo?
- Sim, doendo.
- Mas, doendo como?
- Como pontadas que estão ficando
mais fortes.
- Vamos contar.
Olhei para o relógio e, como todo
casal grávido de primeira viagem, mesmo com os olhos quase fechando de sono, imediatamente
começamos a contar o intervalo das contrações. E aí as fortes emoções
começaram.
- Quatro contrações. Quanto tempo
passou? – ela perguntou.
- Dez minutos.
- O médico disse que se forem pelo
menos duas num intervalo de dez minutos ao longo de uma hora é hora de ir para
o hospital.
- Pois é, vamos continuar contando.
O primeiro calafrio passou pela
espinha e aquela sensação congelante de “será?” fez qualquer resquício de sono
desaparecer momentaneamente.
- Mais três contrações. Quanto tempo?
- Oito minutos – retruquei.
Olhamos assustados um para o outro.
- Será? – ela perguntou.
- Parece. Vamos contar mais uma vez.
- Acho melhor irmos para o hospital,
pois a dor continua.
- Calma, vamos contar mais um período
– tentei ponderar. Acho que esta situação está te deixando nervosa. Tente
manter a calma.
- Estou calma, mas está doendo.
- Só mais uma contagem.
- Ok, mas vamos para o hospital, pois
se não for pelo parto antecipado, é pela dor.
- Sim, vamos manter a calma – repeti.
Respirei fundo e tentei não
demonstrar nervosismo, mas a adrenalina já corria solta e sabia que ela tinha
razão – era terminar de contar, pegar as malas e partir para a maternidade.
Afinal de contas, se há duas coisas que não combinam é mulher grávida com dor e sem assistência médica.
- Mais quatro contrações.
- Dez minutos.
- Vamos?
- Para já!
(continua)
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