Durante a segunda metade do século 20, os países deste lado da cortina de ferro confiavam na força econômica dos Estados Unidos, da Europa e do Japão para a manutenção do livre mercado. O mesmo se dava no cenário político internacional.
Os Estados Unidos procuram se recuperar após o golpe da crise de 2008 e a União Europeia ainda tenta colocar as finanças em ordem, tomando medidas severas enquanto o número de desempregados cresce. "Não conte com o Japão", avisa Bremmer.
"O Japão, ainda a terceira maior economia do planeta, tampouco está preparada para desempenhar um papel mais atuante em vários níveis globais", diz. "Dada a sua história imperial, o Japão, assim como a Alemanha, tem se mostrado relutante em assumir maior presença política e militar em âmbito internacional".
Para o autor de "O Fim das Lideranças Mundiais", as potências emergentes --Brasil, Índia e China-- enfrentam problemas domésticos internos e não estão maduros para assumir o cargo. Isso só aconteceria se a "geopolítica fosse um roteiro produzido por Hollywood".
O cenário atual produz o que Bremmer nomeou de G-Zero, um mundo sem liderança. "Como o G7 é um anacronismo e o G20 é mais uma aspiração do que organização, alguns já cogitaram o G3 que permitiria a Estados Unidos, Europa e Japão combinar seus recursos".
Seja qual for o resultado nos próximos anos, o vácuo no poder mundial será preenchido. "O Fim das Lideranças Mundiais" analisa e apresenta quais são as melhores apostas.
Presidente do Eurásia Group, Ian Bremmer presta consultoria e faz análise de riscos políticos globais. Segundo "The Economist", "Bremmer é especialista em grandes reflexões".
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