quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Restrições para caminhões em São Paulo vão elevar inflação no País

Pagamento de adicionais noturnos a empregados (que chegam a até 100% do valor do salário) e custos adicionais para o transporte à noite (como reforço nas equipes de escolta e vigilância).

Para o diretor de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, a restrição anunciada ontem pela Prefeitura terá impacto direto no custo das mercadorias que circulam pela cidade e, consequentemente, no preço - o que elevará os índices de inflação no País inteiro, diz ele.

“Estamos vivendo uma política de avestruz. Escondemos a cabeça na terra e esperamos os problemas se resolverem”, diz.

Os problemas, afirma ele, são a falta de estrutura logística e de transporte público na capital. “Isso é um reflexo da ineficiência de gestão e do escoamento de dinheiro decorrente da corrupção, que paralisa novas obras.”

Para Cavalcanti, uma agravante da restrição é o fato de o Rodoanel ainda não estar pronto. “Em Pequim, há três rodoanéis ao redor da cidade. Aqui, ainda está pela metade.”

O anúncio da restrição à circulação de caminhões na manhã de ontem também surpreendeu o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Francisco Pelucio.

Ele reprovou a medida e solicitará uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab e o secretário municipal de Transportes e presidente da CET, Marcelo Branco.

Francisco Pelucio disse que esteve há 15 dias com Kassab e o prefeito nada comentou sobre a medida.

“Não tinha data, não tinha nada. Está faltando respeito com o transporte rodoviário de carga. O poder público está brincado com nosso setor.”

Concentração. Para o Setcesp, as empresas de transporte de carga sediadas na zona norte serão as mais prejudicadas.

Pelucio diz que grande parte das 7 mil companhias na capital estão em bairros como Casa Verde, Limão, Santana, Vila Maria e Vila Guilherme.

“Restringir a passagem por São Paulo é uma coisa, mas tem as empresas que estão aqui dentro. Tem de ter licença especial. Chegando às 5 horas a São Paulo, onde os caminhões vão ficar parados se não tiverem por onde entrar? É o horário em que mais se roubam veículos”.

Fonte: O Estado de S.Paulo, Por Bruno Ribeiro e Felipe Frazão

Nenhum comentário:

Postar um comentário