quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fabricantes de pneus querem emitir menos CO2


Com o compromisso de gerar 20% a menos de CO2 na atmosfera até 2015, a indústria mundial de pneus colocou mãos a obra. Em abril, a Pirelli lançou a linha Green Performance que substitui a matéria-prima derivada do petróleo, o negro de fumo, por sílica, componente que vem da areia. Adicionada à borracha, gera menos calor no atrito do pneu com o asfalto, perdendo menos energia. Isso permite uma economia de até 5% no consumo de combustível na estrada e 3,5% no circuito urbano, reduzindo as emissões de CO2 em até 10 gramas por quilômetro rodado. "O produto custa 3,5% mais caro, mas esse adicional tem retorno em dois meses de rodagem no automóvel rodando 50 quilômetros por dia", afirma o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli na América Latina, Roberto Falkenstein.

A empresa investiu US$ 20 milhões no projeto, que deve tornar-se item de série dos automóveis a partir do ano que vem.

A Michelin também iniciou pesquisas para substituir o petróleo na sua linha de pneus com uma parceria com a Amyris, americana com fábrica no Brasil que desenvolve matérias-primas da cana-de-açúcar. O petróleo adicionado ao isopreno, componente do pneu, será substituído por moléculas de filocarbono à base de cana. "Essas moléculas chegarão ao mercado em três a quatro anos", afirma Joel Velasco, vice-presidente sênior de relações externas da Amyris.

Uma das principais preocupações dos fabricantes é reduzir o peso das peças automotivas e, consequentemente, o consumo de combustível. A troca da fiação elétrica de cobre por alumínio é a aposta da Delphi, que desenvolveu um novo chicote, peça que interliga diversas conexões elétricas no automóvel. O alumínio pode ser reciclado e é até 48% mais leve que o cobre, possibilitando uma redução de 30% no peso da arquitetura eletroeletrônica do automóvel, sem impacto no desempenho. Segundo Flávio Campos, diretor de engenharia da Delphi, considerando a produção brasileira de veículos leves e de passeio - em torno de 3 milhões de unidades - e caso todos utilizassem essa tecnologia, a redução de consumo de combustível seria de aproximadamente 9,4 milhões de litros por ano no Brasil, representando 16,5 milhões de quilos a menos no total de emissões de CO2.

No mesmo caminho, a Bosch criou o projeto IGC (Intelligent Generator Control) para controle de redução de peso dos novos produtos. Hoje os motores de partida dos carros pesam em torno de 2,5 quilos a 3 quilos. "Trabalhamos com o objetivo de chegar próximo a 2 quilos a partir da introdução de novos materiais, troca de aço por alumínio e plásticos sustentáveis em todos os produtos da empresa como motor de partida, alternador, motor do vidro elétrico e compressores", explica Rafael Borelli, responsável pelo gerenciamento de produtos e marketing para divisão de motores da Bosch.

Fonte: Valor Econômico

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