quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Empresas querem depender menos de rodovias

Pesquisa mostra que 65,64% da carga é transportada dessa forma, enquanto ferrovias vêm em segundo lugar, com 19,49%

O crescimento da demanda por transporte de cargas feito por caminhões gera dificuldades para o escoamento da produção de grandes empresas brasileiras. Segundo pesquisa do instituto Ilos, quase metade das grandes companhias quer diminuir a dependência do modal rodoviário no transporte de suas cargas.

O estudo mostrou que, entre 2004 e 2010, o PIB brasileiro cresceu a uma média anual de 4,4%, enquanto o volume transportado em bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) subiu também 4% ao ano. A maior parte dessa carga, 65,64%, é transportada por rodovias. As ferrovias, em segundo lugar, representam apenas 19,49%.

A pesquisa, que entrevistou 100 das maiores empresas brasileiras em faturamento, indica que as grandes empresas ainda dão preferência ao modal rodoviário. Dentre as entrevistadas, 26% só utilizam transporte por rodovias e 96% transportam mais de 50% da sua carga em caminhões. Para Paulo Fleury, CEO do instituto Ilos e coordenador da pesquisa, "a dependência é enorme" e só 3% das empresas querem aumentar o peso do transporte rodoviário no frete de suas mercadorias.

Segundo o pesquisador, os empresários, em sua maioria, "percebem que estão dependendo demais do transporte rodoviário". Pelos dados da pesquisa, 42% das companhias entrevistadas pretendem diversificar o meio pelo qual transportam suas cargas. Segundo Fleury, o crescimento da demanda já dificulta o escoamento da produção.

Dentre as empresas entrevistadas, 18% tiveram dificuldade para contratar serviços de transporte em 2010. A falta de oferta também provoca o aumento dos preços: 78% das empresas veem um aumento do custo do frete acima dos índices de mercado. O transporte de carga também ganha destaque dentro das empresas. Entre 2006 e 2010 aumentou a quantidade de diretores e presidentes que ocupam a função de principal executivo de transporte.

Em 2010, 4% das companhias entrevistadas tiveram seu presidente como o principal executivo da área. Quatro anos antes nenhum presidente ocupava esse papel.Outra conseqüência do crescimento da demanda por transporte rodoviário de cargas foi o aumento no volume de vendas de caminhões, que subiu 12% ao ano entre 2004 e 2010.

Hoje entram em circulação cerca de 200 mil novos caminhões por ano. Para Fleury, "esse é um claro indicativo da modernização do setor". Porém, se a demanda por novos caminhões continuar alta e a produção de veículos não aumentar, em breve esse será um gargalo importante para o escoamento da produção.

Mas se pagam mais caro pelo frete, os clientes também ficaram mais exigentes. Em 2010, 61% dos clientes fizeram exigências quanto à idade máxima dos caminhões que transportaram suas cargas. A idade média da frota de caminhões brasileira é 22 anos. Nos Estados Unidos, a idade média da frota não passa dos 8 anos.

Fonte: Portal IG

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