A variação no consumo de combustível determinada pelo estilo de dirigir dos motoristas profissionais é o novo foco das empresas de gestão de frotas. Produtos lançados no mercado recentemente por companhias como a Ticket Car permitem, pela avaliação do tacógrafo e o monitoramento em tempo real, identificar os comportamentos falhos e as necessidades de treinamento.
"Com 20 anos de atuação no mercado de gestão de frotas, percebemos que não só os veículos são responsáveis pelo consumo. A forma de dirigir também tem um impacto importante. Por isso lançamos dois produtos complementares, que geram relatórios detalhados e permitem que as empresas identifiquem quais são os melhores motoristas e quais precisam de treinamento", afirma o coordenador de produtos da empresa, Eduardo Lopes.
Segundo o especialista, as empresas que fazem uso de sistemas de gestão de frota como o controle de abastecimento através de cartões de convênio reduzem os custos em 20%, em média. Impacto positivo que pode ser ampliado com o controle rigoroso por parte da gestão da empresa. "Um sistema profissional de gestão de frota permite que o administrador determine pela intemet os parâmetros para o abastecimento dos carros da empresa. Ele pode dizer em que postos, com que frequência e a que preços os motoristas podem encher o tanque. Há, ainda, a possibilidade de incluir ou restringir a troca de óleo e as compras nas lojas de conveniência. Para operar o sistema, cada motorista recebe um cartão , que serve para o pagamento."
O presidente da Ecofrotas, Marcos Schoenberger, ressalta que a padronização e o detalhamento das informações sobre a gestão das frotas possibilitam maior transparência nos processos financeiro e operacional, além de concentrar os pagamentos de postos e oficinas em um único fornecedor.
É justamente a concentração da questão transporte em urna única rubrica um dos principais argumentos de outra vertente do mercado de gestão de frotas: a das locadoras de veículos. Paulo Moura Leite, diretor financeiro da Nova Gestão de Frotas, considera que o administrador que contrata os serviços de uma locadora ganha tranquilidade e tempo para se dedicar ao foco da empresa.
Ele explica que as locadoras de veículos especializadas no mercado corporativo atuam, num primeiro momento, como consultoras, auxiliando a dimensionar a frota e a definir quais os melhores veículos para as necessidades da empresa. São buscadas características como menor desvalorização , menor custo de manutenção e menor índice de roubo na região de atuação da empresa. "Depois vem a parte da negociação , que é feita direto com as montadoras. O setor de locação de automóveis responde hoje por 9,5% das vendas de automóveis no País. Por isso conseguimos preços vantajosos, que são repassados aos clientes que, por uma taxa mensal fixa, não precisam se preocupar com a documentação dos carros, as manutenções preventivas e corretivas ou, ainda, a substituição dos veículos", afirma.
Segundo a Associação Brasileira de Locadoras de Veículos (Abla), o País tem uma frota de 415 mil veículos locados, sendo 56% deles para o setor corporativo. O empresário detalha que um dos principais fatores que determinam o custo do aluguel é a média de quilometragem feita por mês, que define também a necessidade de manutenção. A média nacional para veiculos corporativos é de 2,5 mil quilômetros rodados por mês. Leite observa, ainda, que atualmente a cultura de terceirização da gestão da frota está cada vez mais arraigada no mercado brasileiro.
FONTE: Jornal do Comércio (RS)
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